terça-feira, 31 de julho de 2012

"O seu rosto é familiar...



Mas isso não torna o seu lugar seguro na minha cama." 



Ei, Amy, você sabia escolher muito bem as palavras...

sábado, 28 de julho de 2012

Filho

É engraçada a sensação que se sente ao escrever um texto, imagino que seja como estar em trabalho de parto. Antes de escrevê-lo chego a sentir as contrações, algo no meu interior que, desesperadamente, quer sair, que pulsa em minhas veias até que eu ache uma caneta e um papel, até que eu venha até aqui. Durante, vou de acordo com o que escrevo, choro, rio, sinto as dores e emoções... E no ponto final o alívio: nasceu. Depois já não se sente mais nada... Só o orgulho e o carinho pelo filho gerado. É um pedaço teu, que veio de dentro, e que agora é só do mundo.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"E até a lua se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe,
Forte ou fraco, alegre ou triste"

E mesmo depois de tanto desamor ela acreditou em Elis, ela acreditou em todas as outras palavras bonitas que ouviu sobre o amor.
Não vai. O seu peito já o sentia indo e batia no mesmo ritmo acelerado: não vai, não vai, não vai. Quando ele negou, ela chorou, quando ele saiu, ela chorou, quando ele sumiu, ela chorou, quando ele mentiu... Não havia mais lágrima. O peito não estava nem acelerado e nem parado, o peito estava partido. Ela estava esperando tudo, mas não que ele fosse ingrato, e muito menos desleal.


- Alô?
- Alô, amor, não consigo dormir...
- Por que, amor?
- Não sei, mas não consigo dormir sem você, eu sinto que vai acontecer algo...
- Vai acontecer o quê?
- Eu não sei dizer o que é, mas eu sinto...
- Amor, fica calma, não vai acontecer nada.
- Eu não consigo dormir sem você...


 ............................................

EU NÃO QUERO MAIS FALAR COM VOCÊ
ACORDA
EU NÃO QUERO
ACEITA
FOI SÓ PRA TE CONSOLAR
VOCÊ QUERIA O QUÊ?
QUERIA QUE EU PARASSE A MINHA VIDA POR SUA CAUSA?
PARA DE ME LIGAR
EU SÓ NÃO TE BATO PORQUE VOCÊ É MULHER
CALA A BOCA
EU NÃO SINTO NADA POR VOCÊ
VOCÊ TÁ ME IRRITANDO
EU NÃO QUERO
EU NÃO QUERO.

 Da mesma boca. Saiu da mesma boca.
 Ela olhou para o céu e perguntou, o que foi que eu fiz?
 Por que, senhor, tu me abandonaste?
 Mais uma vez.
 E ela tinha tentado. E ela tinha ouvido Elis e todas as outras canções de amor.
 E o fim da história? Era tudo mentira... FIM.
 Mais uma vez.
 E ela era só mágoa e ódio. Era só desespero e rancor. Era só indiferença e dor.
 Mais uma vez.

 "Ô Madalena, o meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu..."

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Isso não é sobre sexo, é sobre violência

Ontem aconteceu algo realmente inaceitável e eu pude perceber o quanto ainda existem pessoas machistas e moralistas ao extremo na sociedade e como essas pessoas se consideram donas de uma verdade tão podre. O fato é que eu estava em um pub da cidade, conversando com as pessoas, fazendo amigos e encontrando meus amigos. Eu estava junto com um cara com quem eu fico há algum tempo e no mesmo lugar também estava outro cara com quem tenho um envolvimento (pra lá de estranho), nunca tive absolutamente nada com essa pessoa, mas sei que gostaria sim de ficar com ele e não sei muito bem quais são as intenções dele comigo. Tenho alguns problemas com essa pessoa pelo fato de eu não falar inglês e ele não falar português, HAHAHAHA. Enfim, quem conhece a história sabe e resumindo a ópera, fiquei com o cara que eu sempre fico na frente desse tal gringo. E aconteceu algo que não assimilei no momento, pois não fez o menor sentido. Os amigos, que eu não conheço, desse tal gringo, com quem eu nunca tive NADA, ficaram revoltados pelo fato de eu ter ficado com outra pessoa na frente dele (????). Começaram a falar que se fossem ele nunca mais iriam querer ficar comigo, que não importava nada do que eu falasse, que aquilo era inaceitável, e foram aos poucos usando termos cada vez mais pejorativos sobre a minha roupa, meu decote, meu short, sobre o meu corpo, começaram a dizer que por eu ser bonita e usar esse tipo de roupa eu me achava melhor que as outras pessoas e enfim, me humilharam de todas as formas com palavras repugnantes sobre mim. Infelizmente, diante dessa atitude inesperada dessas pessoas eu não tive reação. Eu estava sozinha, meu "amigo" tinha ido embora, e minhas amigas acabado de sair, e o que me restou foi correr pro banheiro, chorar e ligar pra que ele voltasse para me buscar. Eu não deveria ter feito isso, eu deveria ter enfrentado esses caras covardes que acharam que tinham o direito de tratar alguém que não conheciam (e mesmo que conhecessem) de uma maneira tão violenta por simplesmente essa pessoa ser uma mulher e não tomar uma atitude de acordo com o pensamento deles. Essas cabeças machistas condenam a liberdade de escolha de como agir, de como se vestir e de como se comportar das mulheres. Finalmente eu entendi o propósito das meninas que saem as ruas pra questionar a sociedade sobre sermos tão VADIAS. Isso não é sobre sexo, é sobre violência, mas mesmo que fosse, em que mundo estamos vivendo? Eu posso lutar e falar sobre o desrespeito, sobre o sexo, sobre a violência, sobre as minhas vontades, em qualquer ocasião, eu tenho esse direito! E vou continuar usando meus shorts, meus decotes, vou continuar me envolvendo com quem eu tiver vontade, conversando com quem eu tenho vontade, e vivendo a vida de maneira em que o respeito com o outro seja acima de tudo FUNDAMENTAL. Precisamos lutar, precisamos gritar, esse tipo de coisa não deve e não pode mais acontecer. Eu vou sair as ruas com as meninas porque tive que sofrer na pele a invasão e o desrespeito dessas pessoas nojentas. Não esperem que isso aconteça com vocês também, vamos todas à luta! "Socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres!" Marcha das Vadias Rio Preto

sábado, 14 de julho de 2012

domingo, 8 de julho de 2012

Rap da Verdade

E quando cansou de ser galã, e de ir atrás da mulherada
Veio tipo cão sem dono pedir perdão pra namorada
Esqueceu que ela sentiu a faca no peito de ser traída e humilhada
E que no outro dia toda família ainda viu o cara na rua com outra de mão dada
Ninguém precisa de falsidade e arrependimento de fachada
Na minha conversa o papo é reto, sinceridade na levada
Me viu chorando há um tempo atrás, achou que ia me ver despedaçada
Te trago más novas, eu levantei, estou de pé e preparada
Ao contrário do que pensa, não desacreditei, eu ando em frente na jornada
Já diria Black Alien, pra se livrar do rato, a casa não precisa ser queimada
O tempo muda as ideias e fortalece a caminhada
Caráter é ouro, coragem brilhante, se você não têm vão vale nada
Falador passa mal, fica querendo desconversar as fita errada
Se não tem cara pra assumir, eu te digo, todo mundo lembra da tua mancada
Quem perdoa é deus, eu não esqueço com que arma eu fui atacada
E mesmo cheia de raiva, é a felicidade que abre caminho pra minha chegada
Eu levei tanto soco, não vai ser dessa vez que vou ser nocauteada
Toma o teu rumo, some no mundo, que não é assim que funciona na minha quebrada
Lealdade aqui é lei, comigo é só uma vez, meu maracatu pesa uma tonelada

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Je ne t'aime plus, mon amour...

Esta semana posso dizer que me libertei, me libertei da angústia, me libertei pra perceber algo que estava bem na minha frente e que meus olhos não enxergavam, que o meu coração não sentia. Enfim eu passei a fase de coisas que me faziam mal, me desapaguei, não da raiva - eita raivinha feia que me impulsiona!  -, mas das coisas que me puxavam para trás. Certas coisas que foram tão importantes, não por raiva, e nem por vontade, mas involuntariamente, se tornaram tão impessoais, tão sem importância, talvez não sem importância, mas enfim, se tornaram parte do passado e não do presente. Nada melhor do que as coisas acontecerem naturalmente, e no final a gente poder respirar fundo e dizer: deu tudo certo, eu sabia que ia rir de tudo isso. É uma pena que mesmo sabendo antes a gente sofre, mas sofrimento é aprendizado, sempre.
Sou do tipo de pessoa que vive da certeza. É a incerteza que me angustia. Quando eu tive certeza do que eu estava sentindo agora, quando pude ter convicção do que deixei de vez pra trás e do que quero agora pra mim é que pude sentir a paz. Certeza de mim e do mundo. Falar cada palavra com certeza, sorrir com certeza, dar cada passo em frente com certeza é um alívio pra mim.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

E aí alguém me respondeu, mas você viu que o cara citou Drummond? Eu nunca mais vi nada, e nem quero ver... Mas eu digo, amigos, esse nobre poeta tem muito mais a dizer:
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
(Os ombros suportam o mundo - Carlos Drummond de Andrade)