quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Eu preciso que você saiba, que eu vou fazer o possível pra te ver chorar. Eu preciso que esteja ciente, que não tenho limites pra te fazer sofrer. Assim como eu, assim como eu... Todas as lágrimas de desespero devem escorrer, todas as súplicas pra uma mudança devem ser feitas, porque aí não será vingança e sim justiça. É um prazer te torturar quando todas as lembranças vem a minha mente. É um prazer poder voar, quando me lembro de que você não pôde voar comigo, de que seu egoísmo não suportou ver minhas asas baterem. É um prazer poder beijar bocas iguais as suas, acomodadas e egoístas, com o maior desdém que eu tenho. Eu vou até o fim, de todo meu coração, esse coração que apodreceu, secou e morreu. Assim como eu espero que aconteça com seu amor por mim.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Una Furtiva Lacrima

Hoje me lembrei daquele dia em que eu estava com a cabeça sobre seu peito e percebi a rapidez do seu batimento. Tudo porque você estava ali, no meu quarto, sabendo que eu, agora, era sua namorada. Resolvi te mostrar um poema sobre as sensações de paixão que você me causava, e quando você o leu, lágrimas escorreram dos seus olhos. Então, eu me levantei, vim até aqui, escrevi um novo poema. Um poema sobre as sensações de amor que você me causava naquele exato momento. Aquele dia foi o primeiro dia em que retribui o que você sentia por mim. Aquele dia foi o dia em que comecei a te amar, e tenho certeza, que você pôde ver nos meus olhos a certeza que você tanto esperou: eu tinha aprendido.
É uma pena, que minha sorte não tenha sido a das melhores, e a gente tenha se esquecido tão facilmente daquele dia, e você tenha se esquecido de aproveitar o resto dos dias.

Na aula*, ao mesmo tempo em que me lembrava disso, fazia devaneios sobre o assunto e algumas lágrimas escorriam sutilmente sobre o meu rosto, eu ouvia essa música:

Una Furtiva Lacrima

Una furtiva lagrima
Negli occhi suoi spuntò... quelle festose giovani
invidiar sembrò...
Che più cercando io vo?
M'ama, lo vedo.
Un solo istante i palpiti
Del suo bel cor sentir!..
Co' suoi sospir confondere per poco i miei sospir!...
Cielo, si può morir;
Di più non chiedo.

Uma Lágrima Sombria

Uma lágrima sombria
Em seus olhos estalados...
Aqueles jovens festivos pareciam invejar
O que mais eu vou procurar?
Me ama, eu vejo
Um só instante e palpitações
É agradável sentir seu coração
Seus suspiros se confundem com os meus
Céus, posso morrer
De mais não preciso.


Me senti como Macabéa... Oca por dentro. Chorei pela beleza do som. Diferente dela sabia o que dizia a música, mas semelhante, não podia entender (mais). Apenas chorei.
Algumas coisas na vida, mesmo perdendo-se um pouco o sentido, doem.
Dói saber que tudo foi esquecido e perdido no meio do caminho.
Dói sentir esse imenso vazio.
E enfim, dói, agora, ter a certeza de que essa falta vai passar,
Vai ser esquecida, vai ser perdida no meio do caminho.
Eu ainda preciso de muitas coisas, não sei quais, mas devo precisar, já que entendi não ter encontrado a tal plenitude.



*Esse post e o anterior foram alguns devaneios na aula de Narrativa Brasileira I, com a Profª Lúcia Granja, sobre a "A Hora da Estrela". Só pra esclarecer, haha :)