domingo, 2 de novembro de 2014

Para André

O que movimenta sua cadeira-de-rodas
São seus pensamentos
A todo momento
Em movimento
O que abre seus caminhos
São seus olhos
Seu foco é meter
Um soco
Direto
No reto
Da moral
É um moleque do bem
Que simpatiza com o mal
Com o mal-falado
Com o mal-vestido
Com o mau-caráter
Com o maltrapilho
Seu pouco amor é todo dos incompreendidos
E da primeira mulher que aparecer
Despida
E disposta a se divertir
Sua história é de poeta nato
Consciente e perturbado
Louco pra não ter o que fazer
Foi dar um rolê no inferno
E o diabo não te quis
Foi até o céu
E deus te renegou
O jeito foi voltar pra terra
Pra terminar o seu melhor poema
Que até hoje ele não acabou.