segunda-feira, 10 de abril de 2017

O que esperar de quem prende bichos que voam em gaiolas e sela cavalos?

Hoje eu precisava de ópio ou de nada. Você me pressionou a arrancar qualquer coisa de dentro de mim e chamar de amor. Como um filho que não se deseja. Esse é meu grande pavor da maternidade, ter que amar pro resto da vida só porque todo mundo acredita que precisa. Eu nao sei amar pro resto da vida, talvez eu não saiba amar, prefiro poesia. Amor demais me sufoca, prefiro linhas que sei onde acabam. Acaba comigo essa angústia que carrego desde sempre. Esse peso que carrego por ser uma mulher problemática. Me sufoca. Me sufoca a decisão tanto quando a indecisão. Me irrita o endeusamento tanto quanto o desprezo. Me limita ter que retribuir o tempo inteiro. Me dê um tempo, amor. Eu preferia quando era só desejo. Eu não sei lidar, amor. Já me incomoda quase tudo no seu jeito. Eu nunca tive certeza porque eles nunca me pareceram certos, mas quem vai ser? Eu achei que meus problemas eram os paus pequenos. Mas eu não enxergo grandeza em absolutamente nada, isso parece tão egocêntrico e ao mesmo tempo solitário. Eu não me permito, mesmo? Será? Que grande bosta de dúvida se instala em qualquer parte do meu cérebro que chega me doer o peito como se eu tivesse o tempo inteiro com falta de ar? Por que é assim toda vez que eu tento amar? Pelo amor de deus, me fala qualquer coisa sem ser eu te amo.

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