O abuso psicológico dói como um abuso físico. Quem já sofreu, sabe. É ferida que fica aberta.
Reconhecer que foi abusada psicologicamente por alguém é um processo de libertação e lágrimas. Admitir que alguém que você ama pode fazer mal pra você é um primeiro passo. Gritar é um segundo. Deixar é o terceiro.
Quando sua mente é abusada você se autoboicota o tempo todo, se culpa, é comum que quem abusa te faça acreditar que atitudes tomadas contra você não existem, ou são inocentes impulsos, e que você cria situações em sua própria cabeça, que a tristeza e dor que você sente são apenas loucuras, alucinações. E é nessa hora que você se sente pequena, a menor do mundo, insegura e frágil.
A sociedade machista nos abusa psicologicamente todos os dias. Eles podem nos fazer acreditar que nosso corpo é desprezível ou que é tão convidativo que é impossível se controlar perto de nós, que nós não somos interessantes ou somos muito, isso baseado no interesse masculino, que não somos dignas de elogios ou que devemos caladas ser "elogiadas" por qualquer um, que somos dispensáveis ou que servimos para servi-los.
Somos objetos de consumo. Descartáveis, trocáveis, usáveis. Nossos sentimentos, ideias, vontades desaperecem porque somos produto.
E produtos funcionam, não reclamam.
Minhas feridas estão abertas, mas eu cansei. Não quero mais ser produto. Falharei, eu sei, porque tudo é construído pra que eu falhe. Mas eu falarei. Gritarei. Jogarei na cara toda vez. Porque não é remorso, é dor.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
segunda-feira, 16 de maio de 2016
estranhos
sobre o mesmo
teto
meus olhos
tristes
teu desafeto
quanto tempo...
quanto
ego!
sem tato
faltava
tino
a taça
com vinho tinto
estilhaçou
sobrava tinta
e silêncio
tonta
não entendia
nada
entediada
só pintava
feito louca
o branco
e preto
de tudo
desfeito
desesperada
te procurava
até
entre
as minhas
entranhas
estive
tão
cansada
tamanha
falta
do que era tanto
e a rotina
matou
tua alma
egoísta
só
enterrou
sem rezar
e
então?
terminou
mas a memória
guarda
todas
as apostas
dos cílios
os jeitos
dos sonhos
nossos temas
nos discos
perdoa
mas não foi
a toa
que eu saí dos
trilhos
meu trem
tem pressa
não se despeça
serei eterna
até quando
não estou
sobre o mesmo
teto
meus olhos
tristes
teu desafeto
quanto tempo...
quanto
ego!
sem tato
faltava
tino
a taça
com vinho tinto
estilhaçou
sobrava tinta
e silêncio
tonta
não entendia
nada
entediada
só pintava
feito louca
o branco
e preto
de tudo
desfeito
desesperada
te procurava
até
entre
as minhas
entranhas
estive
tão
cansada
tamanha
falta
do que era tanto
e a rotina
matou
tua alma
egoísta
só
enterrou
sem rezar
e
então?
terminou
mas a memória
guarda
todas
as apostas
dos cílios
os jeitos
dos sonhos
nossos temas
nos discos
perdoa
mas não foi
a toa
que eu saí dos
trilhos
meu trem
tem pressa
não se despeça
serei eterna
até quando
não estou
carapuça
cabeça confusa
meus versos são iguais
mas cabem
todos
em alguéns diferentes
mas cabem
todos
em alguéns diferentes
cada um que me toca
ganha um sentimento
mas minha poesia
é vento
é de quem acha
que se encaixa
ganha um sentimento
mas minha poesia
é vento
é de quem acha
que se encaixa
palavras
são incapazes
de expressar a dimensão
de amor e dor
são incapazes
de expressar a dimensão
de amor e dor
antes de vestir-se
da poesia alheia
lembre-se
sempre:
o poeta é um fingidor
da poesia alheia
lembre-se
sempre:
o poeta é um fingidor
só se ajoelha diante de mim
quem tem fé
cética
acredito no que é ou não é
crucifica-me se for capaz
se quiser me prender
solte Barrabás
meu vinho só serve aqueles
que sabem que nunca fui
nem serei água
não posso ser paraíso
já que queimo por dentro
feito inferno em brasas
não sou profana
só natural
mundana
faço parecer que sou sua
morro de braços abertos por ti
porque adoro drama
mas ressucito
no terceiro dia
irreal como poesia
escuto a voz que me chama
recuso o seu deus
adeus
meu único templo
tem como nome
Anna
quem tem fé
cética
acredito no que é ou não é
crucifica-me se for capaz
se quiser me prender
solte Barrabás
meu vinho só serve aqueles
que sabem que nunca fui
nem serei água
não posso ser paraíso
já que queimo por dentro
feito inferno em brasas
não sou profana
só natural
mundana
faço parecer que sou sua
morro de braços abertos por ti
porque adoro drama
mas ressucito
no terceiro dia
irreal como poesia
escuto a voz que me chama
recuso o seu deus
adeus
meu único templo
tem como nome
Anna
sexta-feira, 6 de maio de 2016
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