terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Fui
Como as mulheres de minha família
Paciente
Com toda
Irresponsabilidade
Passividade
Mentira
Perdoei com a desculpa de que você
Nunca soube direito o que fazer
Quando no fundo eu sabia
Que você fazia tanta coisas
Sem que eu soubesse
Lembro disso
Quando me vem
A noitinha ou logo de manhã
Um tipo de buraco na boca do estômago
Um buraco pesado
Que amolece o corpo
Quando choro escondida no banheiro
Lágrimas que caem naturalmente ferozes
Como tempestades
Eu lembro
Que fiz minha parte
E tudo que eu ouvi foi
Silêncio
Seu ego me viu secar
Como aquelas rosas que a gente colocava em garrafas de cerveja usadas
Nós demoravamos pra tirá-las de lá
Porque elas pareciam belas
Mesmo mortas
Mesmo sem transmitir nenhum tipo de alegria
A gente enconde a verdade de nós mesmos
Quando é mais fácil
Ou quando dói

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