domingo, 16 de maio de 2010

A rosa do meu mundo

"Pois dores são incapazes
E pobres desses rapazes
Que tentam lhe fazer feliz
Escolha feita, inconsciente
De coração não mais roubado
Homem feliz, mulher carente
A linda rosa perdeu pro cravo"
.
Tem dias que minha cabeça vira a cabeça mais confusa de todo o universo :/ Estou nesses dias. Talvez eu tenha ficado surtada e nunca vou voltar ao normal. Hahaha...
Mas é fácil de explicar. É? Eu começo pela música aí da Maria Gadú. Eu me sinto presa com relações. Só Deus sabe porque, mas eu me sinto. Nas que existem, nas que não existem, nas que eu amo, nas que eu gosto, não que eu nem gosto! Não que eu me sinta presa, mas pelo menos na condicional eu me sinto.
Também é comum eu me sentir sozinha nesses dias, sentir saudade de pessoas, de tempos. Nem é TPM isso, é o surto mesmo. Haha.
E eu ando tendo problemas com as pessoas porque eu quero afastá-las de mim. Mesmo que me doa, porque dores já são incapazes, eu já senti a única dor. Eu já estou anestesiada, então não tenho problemas em partir meu coração fazendo o que eu acho melhor pra mim. Eu nem sei se é pra mim, mas eu já nem sei de mais nada. Depois eu vejo se dá certo. Eu não sei se eu estou sendo clara, também nem é minha intenção ser. A intenção é dizer: eu estou confusa. Acho que deu pra notar.
E tudo isso foi porque eu fui cativada. Num belo dia eu fui cativada. E não há ninguém que possa mudar isso, ou há alguém que também possa me cativar, mas eu tenho medo. Eu tenho medo de não me sentir presa a coisa certa. Eu tenho medo de que eu não enxergue o essencial.
.
"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativou ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente - disse a raposa.
- Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender - disse o pequeno príncipe.
- Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
(...)
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Assim, compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.
O pequeno príncipe foi rever as rosas.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus... - disse ele.
- Adeus - disse a raposa.
- Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
- O essencial é invisível aos olhos - repetiu o principezinho, para não se esquecer.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu ele, para não se esquecer.
- Os homens esqueceram essa verdade - disse ainda a raposa.
- Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... "
(O Pequeno Príncipe).

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim, você está confusa. haha

Você foi cativada, mas você também cativou..
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa..."

É isso.