terça-feira, 3 de janeiro de 2017

samba de despedida

sigo
descrente do laço
mas por instinto
ritmo
ou ilusão
ainda penso
no que não há de ser
nunca
e nem seria se fosse
porque me faltou
e sempre falta
a certeza
mesmo assim
sinto
que a brisa que chega
secando o suor
em minha nuca
nas noites infernais
dessa estação
enquanto sonho
com sua boca
no mesmo ponto
só pode ser
uma reiveinção
da sua paradoxa presença
quente e ao mesmo tempo
fresca
de quando você era chuva
e não cinza
acordo engasgada
com essa coisa
parada
em meu esôfago
desde do dia
em que eu disse que ia
mas nunca fui
passageira
que fica
fica quando sente vontade
que a gente sabe
que não existe samba de despedida
só de saudade

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