domingo, 27 de julho de 2014

E eu não mudo, mas eu não me iludo

Muitas vezes eu queria não ser isso que eu tenho dentro de mim. Eu queria ter isso aí que chamam de postura. Não sei não sentir ciúme, não sei não sentir desprezo, não sei não sentir ódio. Não sei não sentir coisa ruim quando me enfrentam. Não sei disfarçar sentimento. Não sei não gritar sentimento. Eu queria saber não falar na cara toda vez. TODA SANTA VEZ eu tenho que falar na cara. Queria não transformar tudo o que é intenso em caos. Queria manter a minha fama de pessoa equilibrada e não surtar. Queria não achar que eu estou sempre certa, simplesmente porque eu sou uma das pessoas mais erradas que já conheci mesmo achando que certo e errado são coisas relativas. Porque certo e errado existe sim. Cansei de chorar a ressaca moral. Cansei de não saber ficar sóbria. Estou sempre cercada de gente louca, porque eu prefiro essa gente, porque eu ando com essa gente desde sempre, porque eu atraio como imã essa gente. Mas nem sempre eu preciso disso. Já disse e repito, sou o amor no estado bruto e isso é insanamente cansativo. Porque nunca é metade, é sempre inteiro. E  inteiro sou sempre eu. Chuto as pessoas certas e seduzo as erradas.  Eu não queria amar tanto o contrário. Eu não queria me lixar pra alguém e no outro dia implorar pra que essa mesma pessoa não se lixe pra mim. Porque eu não sou nada mais que o outro, apesar de meu orgulho me cegar. Eu queria mudar de opinião mais fácil. Eu queria ser outro bicho que esse que eu sou. Muitas vezes.

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