sexta-feira, 13 de junho de 2014

O cara que eu escolhi pra casar

O cara que eu escolhi pra casar era diferente de todos os outros desde início. Simplesmente porque não existia cara nenhum, eu achava esse papo de casamento uma baita idiotice e não via liberdade nenhuma envolvida no fato de escolher alguém e ser reciprocamente escolhido.
Eu tava numa puta crise, num puta caos interno e externo quando eu o conheci, e tinha acabado de aprender pela dor que sentir era algo intenso e que eu sempre estive certa em manter uma distância segura das pessoas.
Nunca pensei que o Rafael seria o escolhido. Não foi amor a primeira vista. Achava bonitinho, mas pegajoso. Achava que tinha ideias na contramão das minhas Achava tudo, menos que ia casar com o ruivinho. Comecei a namorá-lo porque tinha me apaixonado loucamente? Não. Foi só porque ele falou que tinha tudo a ver e que a gente tinha que tentar e como eu não achava nada disso, eu quis pagar pra ver. Ele pediu sem querer, eu meio que não aceitei, depois de uns três meses a gente já tinha largado e voltado umas duzentas vezes. Tava dando super errado, mas o tempo foi passando. O Rafael era um moleque perdido, mentia pra tudo, mas tinha um coração puro, ele me achava a menina mais linda do mundo, quer dizer, falava que achava, até que um dia ele quis, sei lá... Voar sozinho. Começou a achar tudo aquilo uma baita idiotice também.
E eu não aceitei isso de jeito nenhum. Chorei meses. Ele foi bem sacana na época, mas o namoro era realmente uma bosta e foi bom que terminou. Mas nos meses que passaram, eu senti falta dele. Senti mesmo. Todos os dias. Ele era um problema pra mim. Era um amigo que fazia falta, um carinho que fazia falta, um tesão que fazia falta. Demais. E toda vez que eu tentava voltar com ele e não conseguia, eu queria morrer de tanto desgosto. Esse cara me frustrou mais que qualquer um.
Menina dos teus olhos.
Até que um dia eu consegui. E foi tudo pior ainda, tive as tretas mais monstras da minha vida, porque eu odiava amar aquele imbecil que já tinha me feito sofrer tanto. Mas, porra, eu continuava amando, e ele que negou tanto, continuava lá me amando também. Algo tinha que ser feito.
E então, nós conseguimos. Depois de tanto sofrimento eu tinha me acalmado. E o Rafael? O Rafael tinha deixado de ser um moleque e se tornado um homem. Um homem gentil, educado, sem preconceitos,sem machismo (que sorte!!!), atencioso, compreensivo, companheiro, divertido, meu melhor amigo e amigo dos meus amigos. Ele era diferente, era ruivo e era raro. Hahaha! E eu parei. Parei nele. Tava assim... Perfeito pra mim. Nós nos redescobrimos, nos apaixonamos. Passei a fazer algo que era essencial para que uma relação desse certo e que eu nunca tinha feito, eu passei a enxergar as suas qualidades e a admirá-lo. E ele também fez o mesmo comigo.
Eu estou aqui agora, sentada no sofá e parece que toca música até quando desliga o rádio. Ele está sentado no outro sofá e tem o melhor sorriso envolto por uma barba laranja linda. E quando ele olha pra mim eu sinto meu coração cheio e aquecido. Daqui a pouco nós vamos dormir abraçadinhos na nossa cama, na nossa casa. E amanhã também e depois, e depois, e depois. E nós vamos brigar mais e nos amar muitas vezes mais. E vou amar suas brincadeiras idiotas e aguentar seu comentários chatos eternamente enquanto durar. Porque, afinal de contas... esse foi o cara que eu escolhi pra casar.



 Pois todos os caminhos me encaminham pra você.

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