sexta-feira, 30 de março de 2012

Quando me deito é quando sinto a dor afundar no peito
Cortante e profunda
É o peso das perguntas sem respostas dentro do corpo oco
É o vazio que todo dia dá vontade de vomitar
O vazio que dá vontade de gritar
O  vazio que dá vontade de chorar
Dá vontade de exprimir, tirá-lo de dentro, arrancar das entranhas com as próprias mãos

Triste quando a mulher se depara de surpresa com a rejeição
É o peso de outro corpo que lhe fará falta
É a segurança da presença e das palavras
São as mentiras em que ela acreditou

Eu estou nua no meio do mundo
É terrível a sensação... Humilhante, cruel
Mas também é fantástica a capacidade que só uma mulher tem de superar algo assim
Só uma mulher enxerga a tempo a liberdade de estar nua
Só uma mulher enxuga as lágrimas antes que elas sequem
O que me faz adormecer é chegar a conclusão que: não foi por acaso que nasci mulher.